quarta-feira, 18 de abril de 2012

Proposta número 2 - Recolha fotográfica





         
Para a memória descritiva da segunda proposta de Design e Comunicação Visual escolhemos duas tipografias provenientes de livros distintos, com o intuito de os comparar. As fontes, estudadas por especialistas, contêm em si informação que desperta no leitor a imagem e a mensagem que pretendem transmitir. Desta forma, cada livro terá o seu título com uma fonte adaptada ao seu tema e conteúdo, podendo-se antever através deste o caráter do livro.

O primeiro livro apresenta uma tipografia serifada, constituída inteiramente por maiúsculas e com irregularidades no tamanho das letras. Uma vez que a história do livro se passa numa época distante, a textura da fonte transmite uma sensação de antiguidade e tons clássicos. O tom dourado prende-se também com a história, uma vez que esta se refere a um anel de ouro. A fonte contrasta com um fundo em tona acinzentados, com marca de água de uma imagem, para que as letras possam sobressair e seja possível uma fácil leitura.
           
            Para além de uma escolha inteligente de fonte e da sua coloração, existem outros aspetos a salientar aquando da análise desta tipografia. Em termos de espaçamento, podemos constatar que as letras estão relativamente afastadas umas das outras, revelando uma certa organização espacial que facilita a leitura. As letras encontram-se todas separadas, não havendo uma ligação entre as suas partes. O tamanho das letras varia, como referido anteriormente, de forma a dar um aspeto um pouco mais informal ao título do livro. Algumas das letras prolongam-se no espaço, como o “A” e o “L”, dando uma ideia de dominação do espaço.

            Typography is two-dimensional architecture, based on experience and imagination, and guided by rules and readability. And this is the purpose of typography: The arrangement of design elements within a given structure should allow the reader to easily focus on the message, without slowing down the speed of his reading." Hermann Zapf (in http://en.wikipedia.org/wiki/Hermann_Zapf)

               Por sua vez, o segundo livro apresenta uma tipografia fluída e em itálico, adequada ao romancismo do livro. Esta fonte é sans serif, e é de um tom azul-escuro, interligando-se com a imagem do mar  que consta na capa do livro. Ao contrário do primeiro livro este apresenta letras minúsculas, uma vez que a fonte fluída e trabalhada seria impercetível caso apenas fossem utilizadas maiúsculas. Algumas das letras encontram-se ligadas entre si, como no caso do “e” e do “g”, ou da parte central da palavra “Itália”.
           
            Esta organização espacial permite uma maior fluidez textual e visual, correspondendo à ideia que o título tenciona transmitir. Algumas das letras prolongam-se no espaço, tal como acontecia no título do primeiro livro. No entanto, neste caso o prolongamento das letras é composto por linhas curvas e arredondadas, transmitindo um romancismo que não ocorria no caso do primeiro título.

              A partir destes exemplos, podemos verificar que a tipografia é extremamente importante para a transmissão de uma mensagem, sendo que se for bem realizada faz com que o leitor perceba corretamente o que os carateres e palavras que esta molda. Tudo isto porque "a tipografia dá imagem à palavra escrita, “veste” o texto. Hoje, sob o peso de uma crescente saturação visual e consequente ênfase dos conceitos verbais, a tipografia exige alta prioridade no design editorial." (in http://tipografos.net/indice.html.)

"Since typography is a communicaton method that utilizes a gathering of related subjects and methodologies that includes sociology, linguistics, psychology, aesthetics, and so much more – we aim to educate that there is no single approach within typography that applies to everything." Shelley Gruendler (in www.typecamp.org)

Continuação da recolha fotográfica











Proposta número 2 - Tipografia




 Tipografia a preto e branco


Tipografia com coloração


Memória Descritiva

“Em dezanove minutos podemos cortar a relva do jardim, pintar o cabelo, assistir a um terço de um jogo de hóquei. Em dezanove minutos podemos fazer scones ou arranjar um dente no dentista; podemos dobrar a roupa de uma família de cinco pessoas.
Dezanove minutos foi o tempo necessário para que os Tenesse Titans esgotassem os bilhetes para as finais. É a duração de um episódio de uma série cómica, sem contar com os anúncios. É a distância de automóvel entre a fronteira do Vermont e a cidade de Sterling, no New Hampshire.
Em dezanove minutos podemos encomendar uma pizza e recebê-la em casa. Podemos ler uma história a uma criança ou mudar o óleo do carro. Podemos andar um quilómetro e meio. Podemos coser uma bainha.
Em dezanove minutos podemos parar o mundo, ou podemos simplesmente saltar para fora dele. Em dezanove minutos podemos vingar-nos.”
 Jodi Picoult

A segunda proposta da disciplina de Design e Comunicação Visual consistia na realização de uma tipografia, um conjunto visual formado a partir de um texto proveniente de um jornal, livro ou site. Para a realização deste projeto, começamos por debruçar-nos sobre o conceito de tipografia, para podermos entender melhor o âmago do trabalho. Coo viemos a perceber, a tipografia é "o arranjo de tipos, é a selecção da fonte, altura da letra (point size), largura da linha, espaçamento entre-linha (leading) e espaçamento entre-letras (kerning). Isto tudo visa melhorar a legibilidade do texto a ser escrito, facilitando o entendimento dele além de providenciar um conforto aos olhos de quem lê." (in http://design.blog.br/design-grafico/o-que-e-tipografia.). 

No entanto, constatamos que a tipografia não se limita à simples escolha dos elementos, como a fonte ou a coloração, mas consiste essencialmente na formação de um conjunto visual harmonioso que transmita uma mensagem clara. Assim, a tipografia tem de ser expressive, acabando por ser uma forma de linguagem. Como afirma Mark Boulton, “Most people think typography is about fonts. Most designers think typography is about fonts. Typography is more than that, it’s expressing language through type. Placement, composition, typechoice.” ( in www.markboulton.co.uk/journal/type_in_berlin)

Existem alguns aspetos a ter em atenção aquando da elaboração de uma tipografia, para que o resultado seja satisfatório. É necessário conciliar parâmetros como a legibilidade, contraste, tamanho, hierarquia, espaçamento e alinhamento (in http://log.pt/blog/2012/01/dicas-de-tipografia-para-a-web/).

 “Typography is an art without witch every design seems to be incomplete”.
Para a realização da nossa composição tipográfica escolhemos um excerto do livro “Dezanove Minutos”, da escritora Jodi Picoult. Esta escolha baseou-se no facto de esta parte do livro ser especialmente expressiva, com um teor extremamente visual e um tom marcadamente forte.

Este texto refere-se às possíveis atividades que podem ser realizadas num período de dezanove minutos, pelo que criamos a nossa tipografia em forma de despertador, com um formato clássico, indicando o momento do despertar, de uma chamada de atenção, de um alerta. A frase inicial do excerto faz parte do contorno do despertador, enquanto  o restante texto se sucede por ordem dentro dos contornos. No entanto, tentamos transmitir uma certa mensagem de caos, para revelar o tom fluido do texto.

Como “sometimes the combination of colour and typography is overlooked, which affects overall project”, realizamos uma tipografia a preto e branco e uma com coloração. As tonalidades foram escolhidas na base dos tons escuros, como o preto, cinzentos, branco, vermelho escuro, de forma a refletir o conteúdo sombrio do texto.

Nesta composição tipográfica salientam-se os números, para intensificar a noção de tempo que expressa no texto. Nesta tipografia utilizamos diversas fontes diferentes. Usamos a fonte “mesquite std” na palavra “vingar-nos” e no número 19, pois consideramo-la adequada ao caráter trágico. A palavra “fora” sai do enquadramento do círculo do despertador de forma propositada, para que se estabeleça relação entre o seu significado e o seu reflexo visual.

Em termos de organização espacial, destaca-se o facto de o “d” de “dente” e “dentista” ser simultaneamente o “p” da palavra “podemos” e o facto de algumas palavras estarem invertidas, expressando uma ideia de caos e espontaneidade visual. Diminuímos a opacidade da palavra “cortar” para que pudesse ser “cortada” por “a relva”, associando o texto à ação que transmite, o corte. Os pontos de exclamação presentes no topo do despertador conferem uma entoação de alerta e perigo, adequando-se à imagem que o excerto transmite.








quinta-feira, 5 de abril de 2012

Proposta número 1 - Recolha Fotográfica




O ponto e a linha são elementos básicos de qualquer composição visual. O olhar associa estes elementos e perceciona a realidade, isto é, é possível comunicar, transmitir mensagens através de elementos simples e construir imagens complexas - “Por poucos que sejam, são a matéria-prima de toda informação visual em termos de opções e combinações seletivas”
(Dondis, Donis).

O ponto é o elemento mais simples da comunicação, no entanto, quando vários se encontram próximos, conferem ao olhar uma sensação de direção, transformando-se num outro elemento base, a linha, um elemento enérgico que descreve forma.
 Inscritas num curso de comunicação, foi-nos proposto compreender a linguagem destes elementos. Registámos, portanto, um conjunto de imagens construídas com base nestes elementos. A escolha desta fotografia deveu-se à sua composição quase exagerada, com diversos elementos que se dispõe desordenadamente no espaço. Apesar de a maior parte dos elementos apresentados serem materiais e não propriamente elementos visuais, estes também são visíveis, como por exemplo o ponto, a linha e a textura.

                A linha é talvez o elemento mais abundante nesta composição, presente nos tijolos, no caule das flores, na relva que se espalha irregularmente. Como elemento que confere forma aos vários elementos, assume neste enquadramento especial importância.

Em termos visuais, existe várias funções para as diferentes linhas. Visualmente, a linha vertical atrai o olhar para o alto, a horizontal provoca a impressão de repouso, a curva dá a sensação de movimento. As linhas retas produzem uma sensação de tranquilidade, de solidez, de serenidade. As linhas curvas transmitem uma impressão de instabilidade, graciosidade, alegria. A linha fina produz uma sensação de delicadeza, enquanto a grossa transmite resolução, violência. (in http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA2WEAD/elementos-basicos-comunicacao-visual)

Observa-se também um numeroso conjunto de texturas, na irregularidade da madeira e nas pedras e tijolos. Os pontos são-nos apresentados em diferentes tamanhos, na base dos troncos de lenha, criando uma imagem interessante de espontaneidade dos elementos, estando também presentes nas pedras que cobrem parte do solo.

                Os objetos que constituem a mensagem estão dispostos em várias direções, no entanto, apresentam-se estáticos, sem sinais de movimento. De cor sóbria, ora tonalidades da natureza (verde, castanho, amarelo), ora de materiais ligados à construção, é este elemento (a cor) que transmite a mensagem adjacente à fotografia: conjugação de materiais humanos e naturais.

                Assim, presentes na própria Natureza (composição mais espontânea e enérgica) e nos vários objetos de mão-de-obra humana (como o tijolo – objeto de construção), o ponto e a linha sustentam qualquer enquadramento visual. Saber perceber a sua mensagem, reparar na textura, direção, no movimento (ou não – a presente imagem é estática) e cor que preenchem paisagens, tornam a sua perceção mais rica.

Continuação da recolha fotográfica











Proposta número 1 - Elementos Básicos da Composição Visual




"True Colors", Cyndi Lauper


Memória Descritiva
           
"Sempre que alguma coisa é projetada e feita, esboçada e pintada, desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou gesticulada, a substância visual da obra é composta a partir de uma lista básica de elementos."
(Dondis, Donis)

O primeiro trabalho da área curricular de Design de Comunicação Visual consistia na escolha de uma música e consequente elaboração de uma composição, apenas com elementos básicos, que transmitisse a mensagem e a letra da música. Para esta tarefa, selecionamos a música “True Colors”, de Cyndi Lauper. Esta escolha deveu-se essencialmente ao caráter profundo da letra, que nos inspirou imediatamente a criar uma composição abstrata, com cores fortes e pronunciadas, que transmitisse uma mensagem clara de pureza das cores e crueza das formas simples dos pontos, linhas e texturas.
“Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos (…): o ponto, a linha, a forma, a direcção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala, o movimento…” (DONDIS, 1991). 

            Preferimos realizar este trabalho de forma manual, em vez de recorrer somente ao auxílio do computador. Assim, utilizamos diversos materiais para criar a nossa composição, como tinta de várias cores e bolas de sabão de diferentes tonalidades. Seguidamente dispusemos os elementos para que houvesse alguma organização visual, para chamar a atenção para alguns pontos específicos e concentrar a cor e a luz em algumas áreas.

            As linhas, concentradas nas extremidades da composição, representam uma explosão de cor, contrastando as tonalidades fortes com a cor branca, que dá luminosidade a esta área. As linhas têm origem nas extremidades, divergindo gradualmente até se desvanecerem longe do ponto inicial, cruzando-se no centro da composição num sentido diagonal, uma vez que “a direcção diagonal tem referência directa com a instabilidade, (…) é a força direccional mais instável, (…) mais provocadora” (DONDIS, 1991). Criamos várias linhas de diferentes cores e tamanhos, para dar uma ideia de repetição, pois, como Dondis afirma, “As forças direccionais curvas têm significados associados à abrangência, à repetição” (DONDIS, 1991). As linhas da nossa composição presentam-se também como textura, uma vez que é possível distinguir o relevo da tinta utilizada para formar as linhas.
           
            Demos bastante importância à linha no nosso trabalho, uma vez que esta “reflecte a intenção do artista, os seus sentimentos e emoções mais pessoais, e mais importante que tudo, a sua visão” (DONDIS, 1991). Assim, no nosso trabalho este elemento básico expressa, em conjunto com os restantes elementos, a nossa intenção de abstrato, de cor e harmonia visual.

Um dos principais objetivos aquando a realização desta composição visual foi a criação da sensação de movimento. Como tal, os pontos pretos – que também representam o olho – partem concentrados, dispersando à medida que as linhas de cores “like a rainbow” assumem a forma de “v”.

            O ponto aparece com diversas tonalidades e apresentando relevo, complementando as linhas e aumentando o contraste do fundo escuro com as cores luminosas. Posteriormente trabalhamos a composição no computador, aumentando o contraste e iluminando algumas zonas, para que a mensagem de cor fosse melhor transmitida.

              Pretendeu-se também concretizar a mensagem da música, “Shining through”, através da interseção de várias linhas, formando, assim, novos pontos. Demos grande importância à cor no nosso trabalho, uma vez que “a cor oferece um vocabulário enorme e de grande utilidade para o alfabetismo visual” (DONDIS, 1991). Para além da coloração intensa, que tem também o objetivo de transmitir o conteúdo da música “True Colors”, a composição abstrata uma certa espontaneidade, uma vez que “a irregularidade, enquanto estratégia de design, enfatiza o inesperado e o insólito” (DONDIS, 1991).





True Colours - Cyndi Lauper